quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Caso Gisberta

Já tinha manifestado a minha perplexidade perante este caso na altura em que o crime aconteceu. Ao ler o JN a minha perplexidade ainda aumentou um bocado.

O JN diz que o Tribunal não encontrou as razões do crime, mesmo depois de três meses de investigações e de 16 audiências com os menores. Segundo a minha opinião uma das razões é a falta de formação social, pois estes menores foram retirados à família; por diversos motivos que não interessam agora; e estão em instituições que carecem de meios para lhes proporcionarem o mais adequado crescimento como pessoas.
O colectivo de juízes ainda consegue dar como não provado (um feito extraordinário) que os rapazes tivessem actuado por "intolerância perante as opções sexuais do ofendido e perante as diferenças fisionómicas".

A sentença que foi proferida contra eles, segundo a qual vão cumprir internamento em centros educativos em regime semiaberto, é demasiado branda para um crime horripilante ainda para mais quando houve tentativa de ocultação do cadáver. Também não foi levado em conta o facto de eles já não serem nenhumas criancinhas e terem perfeita consciência dos seus actos, mas isso acho que é um mal das nossas leis não permitir condenações a menores de 16 anos.

Para finalisar o tempo o dirá, mas desta seita acho que apenas 3 ou 4 escaparão ao mundo do crime.

Um Abraço,

Pedro Gonçalves.

11 comentários:

Anónimo disse...

a Culpa é do sistema.... :)
Zoya

João Martins disse...

A vitíma é que tem a culpa. Para além de pobre era transsexual, seropositiva, tinha hepatite e vivia na rua como sem-abrigo.

Logo, no pensamento dos juízes, a culpada da situação foi a Gisberta que se devia ter desviado do poço mesmo inconsciente.

É a justiça que temos.

Abraços

João Martins disse...

Pois é...a Gisberta devia ter-se desviado do poço onde caiu...a culpa é do poço...

Enfim...é a justiça que temos.

Abraços

oasis dossonhos disse...

Pedro
Há muito, pela qualidade do que escreves e reflectes, e pela simpática interacção, que devia ter posto nos meus links o teu blogue. O vale mais tarde do que nunca não chega, mas olha já estás nos rios de sede do "Águas do Sul".
Quanto à perplexidade que partilhas, subscrevo-a com a ideia que este é o país das perplexidades, que à força de serem tantas se tornam quotidiano e quase lei.
Abração
LFM

Anónimo disse...

Olá, Pete, estou retribuindo sua visita a meu blog...rs. Falando sério: estou impressionado com esse crime que você narra. Já tivemos dois casos desses aqui no Brasil: um de um mendigo e outro de um índio, no qual um grupo de adolescentes de Brasília colocou fogo enquanto ele dormia em um banco de jardim. Pensei que fosse apenas coisa nossa, de um país pobre como o Brasil, não de um país europeu como Portugal.

abs solidários
jluiz

Miguel disse...

Pete,

Justiça á moda Portuguesa!

Bjks da Matilde

Maçã de Junho disse...

Estás "linkado"!
Beijo Grande

Mac Adame disse...

Há duas coisas que deviam ser sinónimas, mas que neste país são contrárias: lei e justiça. Este caso só prova aquilo que venho dizendo há algum tempo: este país, cada vez mais, é um paraíso para os criminosos e um inferno para o cidadão comum. Mas, segundo casos que vou vendo noutros países ditos democráticos, parece que a democracia é mesmo isto. Não é liberdade, é libertinagem.

Cristiano Contreiras disse...

Justiça sempre!

ah, o lay está dez!

Anónimo disse...

Vc tem razao .Esses criminosos ainda darao o que falar.Se tres ou quatro ainda se recuperarem ainda esta um bom numero.

Al Cardoso disse...

Se a justica serve para algo, e para servir de exemplo, para que casos semelhantes nao acontecam mais.
Ora nao servira neste caso, quando os acusados quase que sao considerados vitimas, pobres meninos que nao sabiam o que faziam, so faltou dar-lhes um louvor por assassinarem, um travesti seropositivo, pois dessa forma tormaram a sociadade mais segura!!!
Senhores juizes tenham mas e vergonha.