quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

O Vazio Para Onde Caminhámos

Este nosso pequeno país chamado Portugal chegou a um estado tal que quase tudo é permitido, senão vejam o seguinte:
- Nas últimas eleições autárquicas foi permitido a candidatos a braços com a justiça concorrerem a elas. Alguns destes candidatos estão envolvidos em processos judiciais relativos a aproveitamento em benefício próprio de meios públicos, factor este que não os demoveu de concorrer moralmente, visto que legalmente tal era possível devido ás leis por que se rege o país. Infelizmente o povo português em vez de lhes mostrar um cartão vermelho e impedir a eleição destes mesmos preferiu voltar a elegê-los. Isto denota que o nível geral de instrução está aquém do desejado e esperado. Na nossa classe política quem por lá anda são os mesmos de à sensivelmente duas décadas, o que na minha opinião é tempo demais, estando na altura de a mesma ser reformada com pessoas dinâmicas, empreendedoras e com mais sentido evolutivo para o pais.
- A corrupção, a promiscuidade e o tráfico de influências (vulgo designado por favores) são factores que regra geral saem incólumes a quem os comete, porque são os que têm mais poder, influências ou dinheiro quem os pratica. Um outro aspecto interessante tem a ver com as declarações de rendimentos facultadas às finanças quer por pessoas singulares quer por pessoas colectivas (sociedades), porque nelas uma parte significativa dos portugueses não declara o valor que realmente aufere de rendimentos. Isto não é muito sintomático até porque a generalidade dos portugueses acha que fugir ao fisco é um acto de heroísmo, em vez de ser precisamente o contrário. Esquecem-se essas mesmas pessoas que para um país progredir e para a melhoria das condições de vida da população são necessários meios económicos, meios esses que provêem em grande parte dessas receitas.

- Na Cultura as coisas também andam mal, visto que os portugueses só se interessam por programas televisivos sem conteúdo ou com pouco nível educativo. Os hábitos de leitura são muito fracos, para verificar tal basta perguntar à generalidade dos portugueses qual foi o último livro que leu e a resposta será que não se lembra (provavelmente porque a última vez que leu foi no século passado) ou então que não tem muita pachorra para ler.
As artes como a pintura ou a escultura passam ao lado do quotidiano do povo português.

Eu, felizmente, sou um dos que acha que os políticos actuais devem ser substituídos por outros com mais dinamismo, perseverança e motivação para modernizar e dinamizar o país; a corrupção e a falsidade nos rendimentos declarados ao fisco deve passar a ser punida severamente; os programas televisivos com mais conteúdo educativo são os que me fascinam e não os pseudo programas e para finalizar gosto imenso de ler, sendo que o livro que estou a ler actualmente è “Viver para Contá-la” do Gabriel García Marquez (ambos são bastante bons).

Pensem só um pouco nisto.

Um Abraço.
Pedro Gonçalves

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