sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Porquê o meu Orgulho em ser Nortenho.

Segue abaixo um excelente texto que me foi enviado por mail pela Mary, o qual publico pois como nortenho que sou tenho orgulho em ouvir e ler opiniões de pessoas alheias à zona.

"O Norte é mais Português que Portugal.

Gosto dos brincos, dos sapatos, das saias.

de Miguel Esteves Cardoso

Primeiro, as verdades. O Norte é mais Português que Portugal. As minhotas são as raparigas mais bonitas do País. O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela. As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram.

Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo está tudo à vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade verde-branca. Verde-rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa Luzia, parece tornar-se branco ao olhar. Até o granito das casas. Mais verdades. No Norte a comida é melhor. O vinho é melhor. O serviço é melhor. Os preços são mais baixos. Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia. Estas são as verdades do Norte de Portugal. Mas há uma verdade maior. É que só o Norte existe. O Sul não existe. As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta. Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte. No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista? No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro.

Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país. Não haja enganos. Não falam do Norte para separá-lo de Portugal. Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal. Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal. Mas o Norte é onde Portugal começa. Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo. Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito pequenina. No Norte. Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa. Mais ou menos peninsular, ou insular. É esta a verdade. Lisboa é bonita e estranha mas é apenas uma cidade. O Alentejo é especial mas ibérico, a Madeira é encantadora mas inglesa e os Açores são um caso à parte. Em qualquer caso, os lisboetas não falam nem no Centro nem no Sul falam em Lisboa. Os alentejanos nem sequer falam do Algarve - falam do Alentejo. As ilhas falam em si mesmas e naquela entidade incompreensível a que chamam, qual hipermercado de mil misturadas, Continente. No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa. O Norte cheira a dinheiro e a alecrim. O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho. Tem esse defeito e essa verdade. Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.

O Norte é feminino. O Minho é uma menina. Tem a doçura agreste, a timidez insolente da mulher portuguesa. Como um brinco dourado que luz numa orelha pequenina, o Norte dá nas vistas sem se dar por isso. As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos. Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam.. Confiam, mas não dão confiança. Olho para as raparigas do meu país e acho-as bonitas e honradas, graciosas sem estarem para brincadeiras, bonitas sem serem belas, erguidas pelo nariz, seguras pelo queixo, aprumadas, mas sem vaidade. Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da maneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito. Gosto das pequeninas, com o cabelo puxado atrás das orelhas, e das velhas, de carrapito perfeito, que têm os olhos endurecidos de quem passou a vida a cuidar dos outros. Gosto dos brincos, dos sapatos, das saias. Gosto das burguesas, vestidas à maneira, de braço enlaçado nos homens. Fazem-me todas medo, na maneira calada como conduzem as cerimónias e os maridos, mas gosto delas. São mulheres que possuem; são mulheres que pertencem. As mulheres do Norte deveriam mandar neste país. Têm o ar de que sabem o que estão a fazer. Em Viana, durante as festas, são as senhoras em toda a parte. Numa procissão, numa barraca de feira, numa taberna, são elas que decidem silenciosamente. Trabalham três vezes mais que os homens e não lhes dão importância especial. Só descomposturas, e mimos, e carinhos. O Norte é a nossa verdade.

Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores. Depois percebi. Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos. Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o "O Norte". Defendem o "Norte" em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo. Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente. No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima. Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita. O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os-Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar. O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm de dizer "Portugal" e "Portugueses". No Norte dizem-no a toda a hora com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse só um nome. Como "Norte". Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?
"

E isto foi escrito por uma pessoa que não tem raízes nortenhas daí ser mais propensa à isenção.



Um Abraço e bom fim-de-semana,

Pedro Gonçalves.

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Séries da Minha Vida.

A série Nacgyver foi sem dúvida a que gostei mais de ver, pelo menos até agora. Talvez tal se fique a dever ao facto de na altura em que assiti à mesma não passar de um adolescente de treze, quatorze anos e estar mais embrenhado no espírito aventureiro e também as responsabilidades e as chatices serem menos.

O Actor principal Richard Dean Anderson incutiu-lhe sempre um cunho pessoal de grande qualidade, fazendo que ela se tornasse uma série de grande qualidade e projecção em finais da década de 80 e príncipios da de 90. Curioso foi o facto de o actor desta série quase nunca mais ter tido projecção na representação de outros papeis, tirando a série Stargate SG-1 e General Hospital (este no ínicio da carreira). Segue uma breve resenha(em inglês) do site do actor referente à série Macgyver.



MACGYVER

Television Series

Cast:Richard Dean Anderson as Angus MacGyver
Dana Elcar as Peter Thornton

Occasional Cast:John Anderson as Harry Jackson (1985-1990)Teri Hatcher as Penny Parker (1986-1990)Bruce McGill as Jack Dalton (1986-1992)Michael Des Barres as Murdoc (1987-1991)Elyssa Davalos as Nikki Carpenter (1987-1988)

Created by: Lee David ZlotoffExecutive Producers: Henry Winkler, John Rich, and Stephen DowningSupervising Producer: Michael GreenburgMusic by: Randy Edelman, Dennis McCarthy, Ken Harrison.

A Henry Winkler/John Rich production in association withParamountBroadcast on ABC Television

First telecast: September 29, 1985

Last telecast: August 8, 1992

Richard Dean Anderson is best known for his role as MacGyver for seven seasons on ABC. Using science and his wits, rather than violence, MacGyver could solve almost any problem. The action-adventure format addressed social issues as well, and MacGyver became a role model praised by critics, parents, and teachers alike. Shot for the first two years in Los Angeles, the production moved north to Vancouver for the next four years before returning to Los Angeles in its final season. MacGyver continues to enjoy tremendous popularity around the world.

Um Abraço e boa semana,

Pedro Gonçalves.

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Leitura Recomendada.


( Ideia de pôr imagem do Livro by Clitie)


"Veronika parece ter tudo o que desejou. Ela frequenta lugares populares, ela namora jovens atraentes e mesmo assim, não é feliz. Algo está faltando em sua vida. É por isso que, na manhã de 11 de novembro de 1997, Veronika Decide Morrer. Após tomar uma overdose, lhe é dito que restam apenas alguns dias de vida."

Este foi o primeiro livro que li do Paulo Coelho, li-o durante as férias, e fiquei com a ideia que os livros dele são bem conseguidos porque consegue captar a atenção do leitor e prênde-lo ao livro, quer seja pela temática abordada, quer seja pelo imaginário que ele incute nas suas histórias (vide o livro "O Alquimita" que também li nas férias). A escrita é simples e de fácil compreensão, o que ajuda a uma boa compreensão das histórias.
O Tema abordado neste livro é bastante actual e consiste em abordar a loucura, os seus efeitos e o que ela é perante a sociedade actual.


Um Abraço,


Pedro Gonçalves.

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Mudanças na Vida.

Infelizmente a nossa vida nem sempre é como nós gostaríamos que fosse.
Para cumprir determinados objectivos, os quais me propus realizar a breve prazo tive de abdicar de quase todo o meu tempo livre; pois passei a trabalhar também num café em part-time à noite, continuando a acumular o trabalho em contabilidade durante o dia.

Posto isto resta-me muito pouco tempo, e esse irei aproveitá-lo para estar com a família e com os amigos. Continuarei a escrever, a visitar e a comentar nos blogs, mas com uma frequência mais rara, pelo menos enquanto durar esta fase da minha vida.

PS.: É triste o estado ao qual Portugal chegou, pois se queremos algo temos que trabalhar 12 horas para termos algum dinheiro depois de pagarmos as contas.

Um Abraço e boa semana,

Pedro Gonçalves.

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

De Volta...

Infelizmente já se acabaram as minhas férias e já estou de volta ao trabalho.

As férias foram bastante boas e deram para descansar, divertir-me e voltar a reecontrar pessoas do meu tempo de escola que já não via há uns anos, desde que vim para o Algarve. Como durante as férias também mudei de casa e não tenho internet na nova casa, é-me mais complicado aceder aos blogs e comentar, mas sempre que possa irei a uma loja de informática e acederei aos blogs e deixarei os meus comentários.

Ps.: Os desafios e tudo o mais que ficou nas minhas férias foi-me impossível responder, daí que ficará para uma próxima oportunidade.

Um Abraço e boa semana,

Pedro Gonçalves.